"São pensamentos soltos traduzidos em palavras, pra que você possa entender, o que eu também não entendo."
25 de setembro de 2011
"Era uma noite estranha e ela ficou se perguntando por que será que as coisas todas dela que iam embora, acabavam voltando hora ou outra. Não sabia se era insistência de quem foi e se arrependeu no meio do caminho ou se eram as portas da casa, sempre abertas, destrancadas dando vez pra uma mágoa do passado voltar, sem nem ter que bater na porta. Achava estranho as viradas e invertidas que ela dava nas coisas, nos sentimentos, nas pessoas. Achava um saco ser tão volúvel quando tudo o que ela mais queria era menos vulnerabilidade. Achava injusto demais a sensação ruim de nunca ter achado aquilo que ela tanto procurava. E eu fiquei ali, bem paradinha no meu canto, olhando a garota bonita se lamentar por tantas coisas que ela, por mais que quisesse muito, não tinha. Fiquei pensando nas horas que eu mesma já passei fazendo isso, num passado não muito remoto. As lágrimas que eu sequei sozinha, os abraços que viraram buraco, as risadas rompidas num silêncio que eu demorei pra entender que poderia sim ser benéfico pra mim de algum jeito. Sempre tem algum jeito. Talvez ser triste atraia muito mais olhares – como foi atraído o meu – do que simplesmente optar pelo não ligar, pelo nada fazer, pelo mandar se foder, literalmente. Eu nunca fui uma pessoa do, literalmente, foda-se. Sempre muito preocupada com todas as coisas que viriam de todas as coisas, sempre querendo entender os porquês de todos os tudos. Sempre no plural, nunca compacta. Mas os anos passaram por mim nada sóbrios e não foram macios os dias no meu rosto. Eu não tive tempo de cantar alguma música do Caetano enquanto acordava embaixo dos caracóis do cabelo de ninguém. Tudo pra mim sempre foi muito mais “olhos nos olhos” e “o que me importa”. Tão Chico e Marisa, tão doído que dava dó. Uma coisa. Só que aí eu acabei mudando. E foi mudança aos poucos, porque até hoje me dou conta de coisas minhas que já não estão mais lá e, quem roubou, eu jamais vou saber. O sorriso mudou e a vontade de sorrir pra qualquer pessoa também, graças a Deus. Foi por sorrir tanto de graça que eu paguei tão caro por todas as coisas que me aconteceram. Às vezes me pego olhando ao meu redor e vendo tanta menina parecida comigo. Tanto sentimento gritando de bocas caladas e escorrendo de peles secas. Tanta coisa acontece com a gente. Tanta gente passa pela gente, mas tão pouca gente realmente fica. E eu sei que, talvez, eu tivesse que ficar triste. Talvez eu tivesse que continuar secando lágrimas, abraçando o vento e rindo no vácuo, mas o fato é que eu não consigo. Eu não consigo mais ser triste só para mostrar que um dia eu fui – ou achei que tivesse sido – feliz. Aprendi com os meus próprios erros que sofrer não torna mais poético, chorar não deixa mais aliviado e implorar não traz ninguém de volta. Aprendi também que por mais que você queria muito alguém, ninguém vale tanto a pena a ponto de você deixar de se querer. Eu que gritei para tantas pessoas ficarem, hoje só quero mesmo é que elas sumam de uma vez por todas. E em silêncio, que é pra ninguém ter porque se lamentar." (Tati Bernardi)
A moça - que não era Capitu, mas também tem olhos de ressaca - levanta e segue em frente. Não por ser forte, e sim pelo contrário… por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.
24 de setembro de 2011
"A vida te dá uma rasteira. Você cai, tropeça, o sonho borra a maquiagem, o coração se espalha. Você sente dor, perde o rumo, perde o senso e promete: paixão nunca mais. Você sente que nunca irá amar alguém de novo, que amor é conversa de botequim, ilusão de sentido, que só funciona direito pra fazer música, poesia e roteiro de cinema. E você inventa. Um amor pra distrair. Um amor pra ins-pirar, um amor pra trans-pirar. Uma paixão aqui, um quase-amor ali. Ainda bem que existem os amigos, para amar, abraçar, sorrir, cantar, escrever em recibos e tirar fotos bonitas. E a vida segue. Sua imaginação te preenche, e seus amigos te dão colo, vodka e dias incríveis."
“Eu te amei muito. Nunca disse, como você também não disse, mas acho que você soube. Pena que as grandes e as cucas confusas não saibam amar. Pena também que a gente se envergonhe de dizer, a gente não devia ter vergonha do que é bonito. Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais haver medo nem coisas falsas. Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir. São coisas difíceis de serem contadas, mais difíceis talvez de serem compreendidas — se um dia a gente se encontrar de novo, em amor, eu direi delas, caso contrário não será preciso. Essas coisas não pedem resposta nem ressonância alguma em você: eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha — e tenho — pra você. Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, como você existe em mim.”
(Caio Fernando Abreu)
E passa. Passa o vento. Passa o encanto. Passa o lamento. Passa a dor. Passa a flor. Passa o ter. O teu prêmio de viajante é a vida que se modifica. Rindo ou chorando, olhando ou dançando, mentindo ou se abrindo, querendo ou fugindo. Queira sim ou queira não, tudo está indo, passando, sumindo.
(Gasparetto)
(Gasparetto)
22 de setembro de 2011
Ei garota! Você mesmo… Tudo bem? Pergunto porque parece não estar muito feliz. Eu não te conheço, não faço ideia do que você já passou, não vou te julgar, não vou falar coisas a seu respeito que eu mesma não sei. Talvez agora pareça meio clichê, mas lá no final vai entender do que eu estou tratando, está bem? Lembre-se que nunca estará sozinha, eu vou ficar aqui, de longe, sempre ao seu lado, torcendo para que tudo dê certo. Algo aí dentro do seu coração está te machucando? Você sabe o que é, mas tem medo de se livrar deste sentimento… Esquecer não será fácil, você vai precisar colocar pra fora, em lágrimas ou até mesmo em palavras, da melhor forma possível. Mas nunca deixe de se expressar, não esconda, vai ser pior. Sabe por quê? Porque você vai chegar ao seu limite e terá a sensação de peso, não vai aguentar, mas isso logo logo vai passar, verá. Também existe aquela coisa ruim chamada saudade, do que já se foi e nos deixou, e também a falta, daquilo que está por vir. Entenda que não se pode apressar a vida, tudo tem o seu tempo certo, e talvez por este motivo os seus desejos ainda não tenham se tornado reais. Algumas pessoas nos deixam, você já percebeu? Às vezes aquelas mais importantes, as que achávamos que estariam ao nosso lado até o fim. Vai doer por um tempo, mas você entenderá logo adiante. Também haverá algumas críticas que a vida colocará ao nosso caminho, pedras, obstáculos, barreiras, coisas que precisaremos ultrapassar. A perda aparecerá em algum momento inesperado, aquela que levará de você, não só pessoas como também conquistas. Você vai perder, a vida é uma batalha e nem sempre nos saímos vencedores. Isso tudo foi um resumo. E por último mas o mais importante, o amor. Difícil mesmo é falar dele, por que não se pode definir. Tudo será tão infinito quando o conhecer, as coisas todas vão se encaixar, você vai entender o motivo de todas as suas lágrimas e vai ver que nenhuma foi em vão. Lembrando você que o amor nem sempre será maravilhoso, ele poderá te iludir, ele sem dúvidas vai destruír o seu coração. Ah garota, você vai fazer de tudo para fugir, não vai adiantar, ele corre atrás e é muito mais rápido. Cuidado para não se entregar facilmente, não existem só pessoas boas, algumas mentem, não se esqueça, por favor. Cuide do seu coração, ele é um tesouro, não o entregue para qualquer um. De tudo isso você poderá tirar uma grande lição, irá aprender, crescer e ver a vida como ela realmente é. E agora vamos fazer um fim, por que um dia para todos ele chegará: Apesar de tudo, das marcas que vão ficar, lembranças que não esquecerá, pessoas que nunca vão te deixar, dores que você irá suportar, amores que você lembrará, não fique de fora dessa, não desista no meio do caminho, não deixe os outros dizerem que você é, você tem um grande valor, acredite! Não se permita ficar mal por muito tempo, apenas viva com intensidade, e não se esqueça de fazer o bem, haverão recompensas e tudo fará sentido novamente.
(iwillfindmyway)
20 de setembro de 2011
Já ouvi várias vezes ah-como-você-lida-bem-com-as-coisas. Não, não lido. Sou péssima em lidar “com as coisas”. Sou ciumenta com coisas bobas, impulsiva pelo menos uma vez por dia, leio bula de remédio e depois acho que tenho aquele bando de sintomas, meu dedão do pé não é bonito, quero tudo do meu jeito e minha cabeça é muito, muito dura. Não sou uma musa, uma diva, uma entidade, uma mestra. Sou uma pessoa. E de vez em quando sou uma pessoa péssima. Péssima mesmo. De vez em quando morro de vergonha de mim. E se eu fosse você morreria de vergonha de mim também. Amo muito, tudo é muito, tudo é exagero, tudo é demais.
As pessoas estão tão carentes, tão necessitadas de afeto que se atiram ao primeiro sinal de emoção. Você conhece alguém e lá no fundinho pensa que aquela pode ser a grande história da sua vida. Você se apega, quer que dê certo. É claro que ninguém se relaciona pensando no erro e no tropeço, mas não é qualquer um que vira amor, me desculpe. Qualquer um é quase amor, isso sim. Amor não é apego, não é precisar. O quase amor tem disso, tem essa urgência que dá urticária eu-preciso-dele. No amor você não precisa, você apenas quer. Quer porque é no conforto daqueles braços que você tem o encontro com o mais profundo e bonito de si mesmo. Quer porque através dos olhos do amado você se vê - e gosta do que vê. E se acha bonita por isso, por gostar de como é vista. O desespero está tomando conta das relações, todos querem amar a qualquer custo e preço e esse tipo de atitude impensada só gera prejuízo e nome no SPC. Quase amores são diversos, são que nem pacote de Doritos: chegam pela metade. O Amor com “A” maiúsculo vem completo. Você vai saber quando ele chegar.
(Clarissa Corrêa)
“Eu pareço exigente, mas não peço muito. Não quero pessoas que digam que vão ficar. Quero aquelas que não dizem nada, apenas ficam. E permanecem. Eu quero carinho, sorrisos e histórias pra contar. Mãos dadas e sonhos compartilhados. Dar uma pausa no meu egoísmo, derrubar a fronteira do medo de se entregar, de conhecer, de tentar. Coragem. Eu preciso de coragem pra acreditar que ainda se pode criar laços sem esperar por nós.”
(Larissa R.)
“Eu sou sim a pessoa que some, que surta, que vai embora, que aparece do nada, que fica porque quer, que odeia a falta de oxigênio das obrigações, que encurta uma conversa besta, que estende um bom drama, que diz o que ninguém espera e salva uma noite, que estraga uma semana só pelo prazer de ser má e tirar as correntes da cobrança do meu peito. Que acha todo mundo meio feio, meio bobo, meio burro, meio perdido, meio sem alma, meio de plástico, meia bomba. E espera impaciente ser salva por uma metade meio interessante que me tire finalmente essa sensação de perna manca quando ando sozinha por aí, maldizendo a tudo e a todos. Eu só queria ser legal, ser boa, ser leve. Mas dá realmente pra ser assim?”
(Tati Bernardi)
(Tati Bernardi)
Assinar:
Postagens (Atom)