20 de junho de 2011


Esse coração vivia livre andando por aí, as vezes parava e tentava se aquietar num canto, mas logo se entediava, cansava e decidia por algo mais. Um tanto inconstante, concordo. Indeciso, talvez. Ele se achava o todo poderoso e prepotente, brincava de ser o rei. Adorava a solidão e não ter que dividir espaço pra ninguém. Egoísta, adorava mandar. Até que encontrou a metade da sua laranja, como dizem por aí, a tampa da sua panela. Malandro e esperto, virou uma manteiga derretida, bobão, um zero à esquerda quando se fala de um certo sorriso e de uma certa voz. É só tocar no assunto que ele se transforma em qualquer personagem de circo e faz a festa. Ele foi conquistado, ficou entregue, se achava tão imune que não percebeu que se apaixonava, se achava tão superior a essas bobagens do amor que de uma hora para outra começou a entender as músicas e os poemas bregas que tanto criticava. Depois que descobriu a pessoa que tirava o seu sossego e que perturbava a sua mente, nunca mais teve vontade de ser o que era antes. Viciou nesse negócio de ter alguém, de amar alguém. Viciou em você.
(Jéssica Barreto e Karol Turcato)

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