17 de dezembro de 2010

 Esses dias me peguei pensando numa fórmula pra ser feliz, então comecei a me lembrar que já fiz muita birra pra ganhar chocolate da minha mãe na hora do almoço, ganhei beijos de quem muito me amou e ainda ama, brinquei de amarelinha na escola, coloquei música no volume mais alto pra tentar não lembrar da dor que sentia dentro de mim, pulei elástico na rua, e matei aula na escola. Chorei porque tirei 0 na prova de matemática, e porque vi pessoas especiais partirem pra sempre, e percebi que é quase sempre nas perdas que descobrimos a importância daquele que se foi e daqueles que permanecem. Caí de bicicleta e dancei quadrilha, senti doer como quem leva uma surra, meu coração desiludido. Aconselhei amigas dizendo a elas o que disseram a mim mesma, e então descobri que palavras não são como atitudes, mas que quando ditas no momento errado permanecem dentro da memória como a cicatriz deixada por uma ferida. Tomei banho de chuva, e entrei em casa descalço pra que não me vissem chegando de madrugada. Dancei como uma louca e fiquei com os pés machucados, descobri que os verdadeiros amigos são aqueles que tentam te fazer sorrir mesmo que o desespero tome conta de você, mas se não for possível eles apenas te devolverão um olhar sincero. Ganhei presentes caros de pessoas que nem me conheciam tão bem assim, e fiquei triste porque quem mais amei não se lembrou de um aniversário, guardei papel de bombom pra ter a lembrança de alguém especial, sem me dar conta que o único presente eterno que já ganhei em toda minha existência foi a Lua que se renova a cada dia, envolta por uma purpurina de estrelas. Fui amada e não amei, Amei e não fui amada e descobri que ninguém é capaz de permacer tempo demais ao lado de alguém que não se ama, percebi que o amor é frágil demais. Conclui que embora ninguém seja capaz de escolher quem amar ou não, cada um é capaz de determinar a intensidade disso, e escolher quem é especial. Escolhi muitas pessoas pra colocar nesse seleto grupo de especiais e então vi que a recíproca nem sempre é verdadeira, mas que não é isso o que deve te mover. Chorei por noites inteiras por uma dor incontida, e percebi que esquecer alguém não é decisão e sim escolha, e que verdadeiramente o que os olhos não vê o coração não sente, embora às vezes seja necessário pelo menos pra que a ficha caia. Ri até chorar, e ficar com raiva, reuni os amigos pra ver filme e comer pipoca com sorvete, fiquei com raiva por ter inúmeros convites recusados, mentiras contadas, e notícias ocultadas. Aconselhei e fui aconselhada, fiz promessa, me desesperei, cantei, e fui cantada. Desculpei e descobri que a diferença entre perdão e desculpa é exatamente o grau de dificuldade de uma coisa pra outra, perdoar é sublime, mas muito mais dificil! Jamais desisti de amar, embora tenha passado por grandes desilusões. Finalmente entendi que todas essas coisas me fizeram feliz, porque a felicidade são momentos e os momentos sou eu quem faço.

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